Notebooks, smartphones, relógios de pulso, sofisticados equipamentos médicos, entre outros aparatos tecnológicos, trazem benefícios inestimáveis, dos quais ninguém está disposto a abrir mão. No entanto, eles têm efeitos colaterais que provavelmente todos queremos evitar: a poluição causada pelo descarte incorreto de suas pilhas, baterias e outros componentes eletrônicos após seu esgotamento.
De acordo com estudo da Universidade das Nações Unidas, em 2016 foram produzidas 44,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico, o equivalente a 4,5 mil Torres Eiffel de dejetos tóxicos. Em 2021, estima-se que esse montante chegará a 52,2 milhões. No Brasil, somos responsáveis por cerca de 1,5 milhão de toneladas desse lixo, aproximadamente 7,4 kg por habitante.
Pilhas e baterias, por exemplo, são compostas por substâncias químicas altamente prejudiciais à saúde humana, como chumbo, cádmio e mercúrio. Se misturados ao lixo comum, esses dejetos podem poluir lençóis freáticos e produzir gases tóxicos que chegam até nós, além de causar danos irreparáveis à flora e à fauna.
Felizmente, há recursos para evitar que isso aconteça. A Lei Federal nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelece que os fabricantes de produtos eletrônicos, pilhas e baterias são obrigados a implementar sistemas de logística reversa: após o uso, os produtos são devolvidos e recolhidos para tratamento adequado. Além disso, há empresas especializadas na coleta e reaproveitamento desse tipo de material.
Evidentemente, ainda há muito a ser feito para que a lei seja plenamente cumprida, mas cada um de nós pode dar uma contribuição para que isso aconteça. Supermercados, shopping centers, lojas de material de construção, farmácias, postos de assistência técnica, lojas de eletrônicos e celulares, lojas de informática e outros estabelecimentos comerciais possuem recipientes próprios para o descarte de lixo eletrônico.
Para facilitar o dia a dia, separe um recipiente de vidro ou plástico bem resistente e vá armazenando suas pilhas e baterias inutilizadas. Em outro, coloque equipamentos eletrônicos inservíveis, sem desmontá-los. Quando tiver acumulado uma boa quantidade de material, vá a um dos pontos de coleta de sua cidade e realize o descarte. Pequenas práticas como essa nos permitem reduzir danos e ficar apenas com o lado bom da tecnologia.
Com informações de Biblioteca Virtual do Estado de São Paulo e The Global E-Waste Monitor 2017.