Medir o bem-estar das pessoas que habitam um bairro, uma cidade, um estado ou país vai muito além de somar toda a riqueza produzida ao longo de um ano (conta que está à base do Produto Interno Bruto). Por essa razão, nas últimas décadas, diversos índices alternativos têm sido propostos, com vistas a mudar o foco da renda para as pessoas, suas oportunidades e capacidades de realização.
Entre eles, o mais famoso e consolidado é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado em 1990 por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998. Adotado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento desde 1993, o IDH é uma medida do progresso que leva em consideração renda, educação e saúde.
Nos últimos anos, porém, uma nova e mais complexa medida foi proposta: o Índice de Progresso Social (IPS). Lançado pela ONG Social Progress Imperative em 2010, o IPS foi desenvolvido por economistas de Harvard e do Massachusetts Institute of Technology (MIT) com o objetivo de medir o desenvolvimento humano de uma perspectiva mais holística. Para isso, o IPS agrega indicadores sociais e ambientais que capturam três dimensões do progresso social: as Necessidades Humanas Básicas, os Fundamentos de Bem-Estar e as Oportunidades. Dessa forma, pretende ser um medidor simples e eficiente do avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU como meta global para 2030.
Além de gerar um ranking de países de acordo com os critérios avaliados, o IPS têm sido usado por governos de todo o mundo para avaliar o sucesso de suas políticas públicas, bem como por empresas interessadas em monitorar o impacto social de sua presença nas comunidades em que atuam.
Nos próximos meses, o Agir Ambiental publicará semanalmente uma série de pequenas reportagens para que você possa saber mais sobre o IPS e, quem sabe, fazer um bom uso do índice.